segunda-feira, 16 de março de 2009

Ainda sobre a Nova(?) Ordem

No final de 2008, os bancos entraram em greve. Creio que tenha muita gente que não percebeu o evento, mas como eu trabalho no centro do Rio, podia ver representantes do sindicato acampados nas portas dos diversos bancos existentes na Rio Branco e adjacências. Realmente não sei quantos dias exatos foram, mas a história rendeu bem mais que 4 semanas!

Se o mesmo evento tivesse ocorrido no final da década de 80 - do século passado - provavelmente as manchetes de jornais e telejornais não se cansariam de anunciar o feito e as consequências negativas para o comércio, a vida de cada um dos clientes. Enfim essas coisas. Mas isso não ocorreu.

O que isso tem haver com o nosso desenvolvimento de software? Tradicionalmente somos atividade meio para a realização de negócios. Vejamos que lições interessantes podemos observar:

1) Diversos dos serviços bancários vem sendo terceirizados e distribuídos por empresas "parceiras" procurando viabilizar a continuidade dos negócios, minizando seus riscos. Essa terceirização cobre, por exemplo, a guarda e distribuição do dinheiro.

2) Os bancos criaram diversos canais alternativos a agência física para que os cliente possam realizar o seu auto-atendimento como os caixas eletrônicos, as centrais telefônicas, os home bankings, o celular...

Ora ambos os cenários estão fora das asas sólidas dos sindicatos que querem se manifestar da mesma forma que faziam no século passado. Eles não tem como impedir a empresa de valores de carregar um caixa eletrônico, não podem impedir uma pessoa de pagar uma conta pela internet ou evitar que uma ordem de pagamento agendada seja realizada. Bom, as empresas não ficaram paradas.

Por esses canais "novos" (ao menos para os sindicatos são, pois parecem que não se deram conta da sua existência) passam sistemas de informação e tecnologias que são cada vez mais baratas e, principalmente, mais urgentes nas vantagens competitivas dessas organizações “capitalistas”.

Fazer software requer cada vez mais atenção ao negócio, ou seja, aos motivos reais da criação daquele software. Porque ele tem que existir? Mas isso não é coisa nova, não coisa de "agilista", isso é tema na engenharia de software a muitas décadas, mas parece que muitos de nós não se deram conta ainda que, atividades econômico-financeiras devem gerar resultados positivos, ou seja, dinheiro.

Os sindicatos estão com alguma dificuldade de perceber que os tempos mudaram. E o seu desenvolvimento de software está com a mesma visão há quanto tempo?

Até a próxima,

Wesley

Nova (?) Ordem aqui, ali e aí


Recentemente li o livro Wikinomics - Como a colaboração em massa pode mudar seu negócio.

O livro de um texto fácil e muito interessante é resultado de uma ampla pesquisa coordenada pelos autores desde 2000, envolvendo as cifras de US$ 9 milhões. Ou seja eles viram a internet evoluir, crescer e... 2.0!

O texto não se prende a internet como algo distante, mas cerca os conceitos colaborativos colocando-a como infra-estrutura de trabalho e, principalmente demonstrando como esses conceitos acontecem em empresas bem reais e concretas como Boeing, BMW, IBM, Lego, Apple, Prefeituras... só para citar algumas.

Conforme o livro vai evoluindo por cada um desses conceitos vai ficando claro que uma boa infra pode - e deve - dar um excelente suporte ao negócio, gerando economia e resultado financeiro positivo para a(s) empresa(s). Uso de blogs, wiki´s, estímulo a colaboração premiada (sim tem dinheiro envolvido para quem colabora), estímulo a comunidades; são exemplos dessa infra.

Como nem tudo são flores, o texto também cita efeitos colaterais, problemas reais que são e podem ser enfrentados, sempre cercado por "ilustrações" reais. Essa atitude só valoriza ainda mais o livro.

Recomendo a leitura para aqueles que estão no mercado e principalmente para os que ainda pretendem ficar mais algum tempo. Ah, não só para quem é da área de tecnologia, porque negócio é negócio em qualquer área.

Até a próxima,

Wesley